24 outubro 2008

A Educação Escolar como Tecnologia Social



As funções básicas da educação correspondem à necessidade por um lado, de transmitir conhecimentos, habilidades e técnicas desenvolvidos durante anos e, por outro, para garantir certa continuidade e controle social mediante a transmissão e promoção de uma série de valores e atitudes consideradas socialmente convenientes, respeitáveis e valiosos. Um ambiente que permite realizar essas duas funções é o que hoje se conhece como sistema escolar.



A escola é uma “tecnologia” da educação, no mesmo sentido em que os carros são “tecnologias” do transporte. As salas de aulas são invenções tecnológicas criadas com a finalidade de realizarem uma tarefa educacional, o que professores fazem a cada dia de sua vida profissional para enfrentar o problema de ter ensinar determinados conteúdos durante certo tempo com o fim de alcançar metas, é conhecimento na ação, é Tecnologia.



Existe um consenso generalizado sobre a dimensão tecnológica da Didática, haja vista que, é uma disciplina de caráter prático e normativo que há de procurar levar a bom termo as intenções educacionais de forma eficaz, facilitando modos de ação concretos. E ainda de acordo Rosenblueth (1980) a educação pode ser concebida como um tipo de Tecnologia Social e um educador como um tecnológo da educação. Para Gimeno (1981, p. 85) “a técnica pedagógica dever partir de um conhecimento da realidade, de sua gênese e funcionamento, mas sua missão é só guiar a configuração dessa realidade na relação marcada pelos objetivos”.
Nas propostas de reformas do ensino que estão sendo conduzidas em diversos países, a partir de modelos curriculares de diferente envergadura, reside num duplo problema: (a) a necessidade de responder às exigências dos novos sistemas de produção e à mudança tecnológica e (b) a necessidade de planejar um currículo que garanta uma formação básica de qualidade para todos os cidadãos. Tentar cobrir as duas necessidades pode gerar algumas contradições.
No documento elaborado pelo Ministério de Educação e Ciência (1987, p. 23) para discutir o projeto de reforma do ensino, fica especificado que: “O ritmo acelerado de inovações tecnológicas exige um sistema educacional capaz de estimular nos estudantes o interesse pela aprendizagem. Existe o temor, para alguns já elaborados na forma de diagnóstico, de que a humanidade tenha progredido mais em técnica do que em sabedorias. Diante deste mal-estar, o sistema deve responder procurando formar homens e mulheres tanto com sabedoria, no sentido tradicional e moral do termo, como qualificação tecnológica e cientifica”.
SANCHO,Juana M. Para uma tecnologia/trad. Beatriz Affonso Neves - Porto Alegre:ArtMed, 1998.

3 comentários:

Unknown disse...

É interessante a colocação de vocês quando abordam a dinâmica da sociedade tecnológica. É na verdade um ciclo que não se finda, partindo da necessidade que o homem teve e tem de se apropriar de recursos que facilitam seu dia-a-dia, como numa reação em cadeia a produção em grande escala gerada pelo modismo dita as tendências, constrói pensamentos e estilos de vida.

Acadêmicas do curso de Pedagogia da UFMA - 6º período. disse...

Os sujeitos tecnófobos relatados no texto por vocês nada mais são do que a “pedra no caminho” rumo à educação vislumbrada pelo texto “Tecnologias audiovisuais e telemáticas”. Isso porque, como viabilizar uma educação contextualizada e coerente com a nossa realidade se ainda temos educadores que se negam a adotar meios atrativos e funcionais no ambiente escolar? Apesar das precauções necessárias diante das tecnologias que podem ser utilizadas na educação, não podemos deixar de valorizar o que elas têm de melhor pra oferecer. No outro extremo também não devemos nós educadores, calcar todas as nossas esperanças de reconstrução educacional em apenas instrumentos tecnológicos, se agirmos assim estaremos negando a nós mesmos, enquanto formadores de opinião, mediadores do conhecimento, incentivadores da pesquisa e intervenção. Portanto deve haver um equilíbrio constante nas práticas educacionais, não apenas de professores, mas também dos próprios alunos.

Unknown disse...

olá!
Muito interessante a produçao de voces, é preciso que se faça uma leitura sobre sobre as produções tecnológicas, mas sobretudo de como elas são utilizadas. A escola então não pode deixar de fazer essa análise e de se posicionar com segurança sobre o assunto.

o vídeo sobre o tema é bem interessante.